quarta-feira, 29 de outubro de 2014

França «M. Porto» ilustre convidado da «Mairie D'Arcachon»

O fascínio pelos animais, vem da minha tenra idade, tempo em que pastoreava o gado no Monte de Roques (Santinho) (berço da minha infância), fez com que, enquanto imigrante em Paris, França, tivesse sempre um cãozinho por companhia ...e não estou minimamente arrependido, bem pelo contrário.
«Joyeux» (Pasteur des Pyrènées), cujo nome alterei para «Porto», foi, sem dúvida, o mais ilustre convidado que a Câmara D'Arcachon, França, alguma vez recebeu, e  veja porquê: Nasceu a 29 de Outubro 1975 (faria hoje 39anos). Uma das principais caraterísticas, era o de ir comigo para todo lado, exemplo disso, foi a um estágio de Guitarra Clássica, em Arcachon, France, como convidado de honra, onde foi muito querido por  todos os participantes, ao ponto de comer/dormir com os estagiários. 
O momento mais alto desse magnífico estágio, aconteceu a 28 de Julho 1979, quando «Monsieur (M.) Porto» foi convidado (ver fotocópia) da mesma forma que os demais, ou seja, pessoalmente,  a participar, às 19 horas, na chique receção, e, para que nada faltasse, simpáticas meninas ofereceram-lhe um belo laçarote vermelho, a causar inveja, sobretudo ao próprio dono ...para piorar as coisas, cobriram-no de carícias, regado com muitos, muitos beijinhos enfim, todos os ingredientes para arrasar o mais convencido ciumento ...nem quero ouvir falar, ainda estou doente, eh, eh, eh!
A certa altura, música/baile ao rubro, exaltado estagiário, entra abruptamente pelo sumptuoso salão nobre dentro a reclamar, por não ter sido convidado ...e ainda não sabia que o elegante «M. Porto» («dançava», mesmo ali ao lado, com as mais giras miúdas da noite), não somente tinha recebido convite, como foi prendado com um bonito laçarote ...mais ciúmes para a fogueira. 
Desde então, perdi a conta às vezes que divulguei esta fantástica história , que continua a provocar mistura de lágrimas e sorrisos, aliàs indescritível o que realmente se passou na mais maravilhosa  «soirée» da minha vida, tudo brindado com tantas,  tantas e estridentes gargalhadas que,  sabe-se lá, se alguns não tiveram (pelo menos a tentação) vontade de aliviar as tripas nos mais recônditos sítios do esplendoroso salão. 
Gostava tanto, tanto do «Joyeux»  (M. Porto), que estava a ver , no dia da sua morte, em Paris, que me levava com ele ...ao ponto de ter tido a necesside da ajuda do vaterinário, «Dr. Delome» ...quem cuidou dos 3 cães que tive, Joyeux (M. Porto); Tobby e Rocky, este último da mesma raça do Joyeux.
Termino com esta lindíssima  frase da minha querida amiga, Betina, dialoguista para o cinema :-«Sabes, António, porque sofres tanto com a morte do teu cãozinho!? ...porque te deu muitas alegrias». 
Lembraste, querido Joyeux; no dia em que estava no nosso apartamento, em Paris, a «pedalar» com uma canadiana, e tu amarraste-te à perna dela a fazer o mesmo?! Eras um ciumento/malandreco.
 Forte abraço companheiro. Foi, de longe, aquele que mais segredos guardou/sabia da minha vida privada.
Por baixo da 3ª foto pode ler-se: «ofert par LE CERCLE DE LA VOILE D'ARCACHON à l'ocasion des VIème 18 heures d'Arcachon - 7 et 8 Juillet 1979». Destinado a Mestre Alberto Ponce, meu ex prof. de guitarra clássica; que  se esqueceu de o trazer ...disse para eu ficar com esta grande recordação (guardei ... não deitei fora).
Por tudo isto e muito, muito mais, digo, mais uma vez: Sou feliz.







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