Milhares de leitores de mais de 95 países, constataram, certamente, que ao contrário da grande maioria (totalidade?), tenho adotado a máxima prudência, antes de escrever sobre o Monte de Roques (Santinho).
Obstinação é o segredo dos meus escritos ...e a recente reconstrução (parcial) de casas na Citânia (cidade antiga), no mês de Julho passado, sob a batuta de Tarcísio Maciel, dá um jeitaço, para quem, como eu, se aplica de alma e coração pela ancestralidade do encantador Monte de Roques.
Não sou mais que um profane, que conta com experiência adquirida in loco, tanto na minha infância, enquanto pastoreava o gado no monte, como desde que voltei de Paris, França, há pouco mais de 24 anos, sem perder de vista as aulas que frequentei em Paris, na Escola do Louvre, ou seja, «Cours d'Histoire Général de l'Art», como comprova documento publicado na crónica anterior. Por tudo isto, doravante, utilizarei menos pontos de interrogação.
Tudo começou no início da década de 40, quando Leandro Quintas Neves (por quem tenho enorme estima, não tivesse sido ele quem me fez o corativo da cicatriz que trago no rosto, desde os 8 anos de idade), resultado de escavações que fez, encontrou cerca de 40 moedas antigas, que se encontram, salvo erro, no Museu de Viana do Castelo.
Há cerca de 9 anos atrás, foi a vez de Tarcísio Maciel, em boa hora, entrar em ação, com escavações, para mostrar um balneário soterrado que, diga-se de passagem, tem enorme interesse para descobrir a verdadeira dimensão arqueológica do Castro de Roques, tal como a recente reconstrução de casa antiga.
Para mim foi, sem dúvida, embora seja ainda parcial, uma prendinha caída do céu, ao ponto de, como Leandro Quintas Neves (que já tem um, no Largo das Neves), Tarcísio Maciel merece um busto, e porque não, em pedra de Roques,
e na própria Citãnia?!
Fazendo parte integrante da Citânia de Roques (cidade antiga), o mito Boca-de-Serpe foi palco, ao longo de anos, das mais variadas invenções, e para todos os gostos ...pelo menos até ao 18 de Julho de 2012, dia em que entrei, sózinho, até ao limite do temível buraco (gruta ), do lado direito (até essa data mais ninguém o tinha feito; desde então, 9 corajosos já o fizeram, na minha companhia) ...o mesmo quer dizer, acabou-se o medonho mito da Boca-de-Serpe (Boca-de-Cobra).
Baseado em tudo que aprendi, li e vi, o mais certo é de que foram os Romanos quem habitaram o Castro de Roques (Santinho), nos 200 anos a.c., e nos 100 d.c. ...nenhuma das inúmeras versões que conheci até à data, indica certezas.
Pelos vistos são cada vez menos os «faroleiros» a opinar sobre o Monte de Roques (Santinho), berço da minha infância.
Nada sei, diz «Jean Gabin» ...no que me concerne, nem sei, com exatidão, a idade de Cristo (não é uma provocação).
Foto 1; busto de Leandro Quintas Neves, no Largo das Neves.
Foto 2; balneário, pesquisa de Tarcísio Maciel.
Foto 3; ainda Tarcísio Maciel, reconstrução de casa antiga.
Foto 4; é assim o limite do acima referido buraco da Boca-de-Serpe, e não o que charlatãs dizem (não foi esta a 1ª vez que entrei na gruta).
Até breve.
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